ABRAEL mantém seu compromisso em Unir, Desenvolver e Representar as Marcas de Luxo com o intuito de promover e fortalecer a atividade e cultura profissional no Brasil e América Latina.
TREINAMENTOS, EVENTOS E MEETINGS
ABRAEL organiza Eventos, Workshops, Conferências e Treinamentos para inspirar novas estratégias e inovações, proporcionando aos Associados conhecimento, percepção e experiência.
O segmento pet deixou, há tempos, de ser um nicho curioso ou exótico. Em 2024, o mercado global de acessórios para animais de estimação movimentou cerca de US$ 28,8 bilhões, com projeções que apontam para US$ 48,5 bilhões até 2034. Mas os números contam apenas parte da história. Por trás dessa expansão está um fenômeno mais profundo: a pet humanization, ou seja, a incorporação dos animais como membros legítimos da família, como sujeitos de cuidado, atenção, estilo e status.
No universo do Luxo, essa transformação cultural gerou não apenas uma nova categoria de consumo, mas um novo território simbólico de expressão. Mais do que acompanhar uma demanda crescente, as Marcas estão integrando o pet à sua linguagem estética, aos seus códigos afetivos e à construção de lifestyle. O animal passa a ser extensão da identidade de quem consome e, por isso mesmo, torna-se um canal criativo legítimo, onde o afeto se traduz em produto, experiência e imagem.
Essa integração vai além dos produtos em si. Ela se manifesta em lojas-conceito com áreas dedicadas aos animais, serviços de grooming sob medida, pet hotels cinco estrelas, experiências sensoriais, festivais temáticos e até menus assinados por chefs. O Luxo aplica seus próprios códigos à rotina animal, com foco em design, exclusividade e vínculo emocional, os mesmos pilares que moldam a relação com o consumidor humano.
É o caso da FENDI, que lançou sua linha pet com a icônica Selleria leather, produzida à mão na Itália. A atenção ao detalhe e o acabamento artesanal replicam a excelência aplicada às bolsas da Maison, um gesto que não adapta, mas iguala o rigor criativo do universo humano ao universo pet.
Na CELINE, Hedi Slimane levou sua estética minimalista e precisa à linha “Haute Couture for Dogs”, com itens que vão de coleiras em couro a comedouros de carvalho maciço. O resultado é uma coleção de objetos de desejo que refletem, com sobriedade, o lifestyle sofisticado dos donos e seus pets.
GUCCI, LOUIS VUITTON, HERMÈS e DOLCE & GABBANA também ampliaram sua atuação com coleiras, roupinhas, acessórios, perfumes e campanhas voltadas ao universo animal. Essas iniciativas não apenas reforçam os códigos visuais e narrativos das Marcas, como expandem seu alcance emocional e simbólico.
Outro ponto relevante é a presença digital. Os chamados “petfluencers” já acumulam centenas de milhares de seguidores e protagonizam colaborações com grandes maisons. Esses perfis prolongam a narrativa das Marcas para além do consumidor humano, gerando capilaridade cultural, conexão espontânea e autenticidade, valores especialmente relevantes para as novas gerações de consumidores de Luxo.
No fim, o movimento pet é menos sobre “produtos para animais” e mais sobre como o Luxo expande seus territórios de criação, linguagem e vínculo emocional. Um gesto de inteligência estratégica, que traduz o afeto em valor simbólico, e que reposiciona o papel do animal no imaginário do consumo aspiracional.
A atividade de Luxo sempre teve a experiência como um de seus pilares. O toque, o aroma, a materialidade — cada elemento é cuidadosamente desenhado para gerar impacto sensorial. Mas e quando o que se busca não é apenas tocar, mas afetar o que é invisível? Quando o que se mobiliza está no campo das emoções, da memória e da percepção neuroquímica?
Essa é a proposta do movimento que começa a ser identificado como The Beyond: um novo patamar de sofisticação, onde biotecnologia, neurotecnologia e inteligência artificial se unem à estética, à ciência e à cultura para criar vivências que antecedem a escolha consciente.
O luxo que atua no invisível
A L’ORÉAL, em parceria com a empresa de neurotecnologia EMOTIV, desenvolveu o projeto Scent-Sation. O dispositivo capta ondas cerebrais durante a experiência olfativa e, com base nas respostas emocionais detectadas, sugere fragrâncias personalizadas. Trata-se de uma nova forma de leitura do desejo — não verbal, não racional, mas emocional.
Já a TOM FORD BEAUTY, com a fragrância Bois Pacifique, integra moléculas biotecnológicas como o akigalawood™️ (alternativa sustentável ao tradicional agarwood) com algoritmos de inteligência artificial para desenvolver uma fragrância orientada por bem-estar e propósito — sem abrir mão da intensidade sensorial.
Mais do que inovação, um novo papel para o Luxo
Ao incorporar tecnologias que operam sobre o campo emocional e neurossensorial, o Luxo amplia seu território. Ele deixa de entregar apenas forma, função ou status — e passa a provocar estados.
Experiências que não apenas encantam, mas envolvem, tocam e se fixam no imaginário.
É um caminho em que o tangível e o intangível se encontram, onde a inovação é discreta, mas transformadora, e onde o verdadeiro diferencial está na percepção que permanece.
O conceito de sustentabilidade no Luxo não se resume a iniciativas pontuais ou campanhas publicitárias. O mercado exige práticas estruturadas, capazes de integrar responsabilidade e sofisticação de maneira genuína. Mais do que atender a expectativas externas, a sustentabilidade no Luxo é uma decisão estratégica que impacta diretamente a percepção de valor e a longevidade das Marcas.
A Certificação Como Novo Selo de Prestígio
A CHLOÉ foi a primeira grande Maison a obter a certificação B-Corp, tornando-se um case de referência em Gestão sustentável. A certificação atesta padrões rigorosos de impacto social e ambiental, sinalizando uma transformação estrutural que redefine o posicionamento da Marca no cenário global.
Rastreabilidade e Transparência: O Luxo Conectado ao Futuro
A LORO PIANA integra a tecnologia blockchain à rastreabilidade de suas matérias-primas, como cashmere e vicunha. O consumidor passa a ter acesso completo à origem dos produtos, consolidando a transparência como um pilar estratégico de confiança e diferenciação competitiva no Luxo.
Circularidade Como Modelo de Inovação
A economia circular se torna central no desenvolvimento sustentável do setor. A GANNI avança nessa frente com o Cycora, um poliéster reciclado desenvolvido pela startup AMBERCYCLE. O compromisso da Marca é substituir 20% do poliéster convencional por materiais regenerativos, reduzindo seu impacto ambiental sem comprometer design e qualidade.
A Sustentabilidade na Joalheria de Luxo
O GRUPO KERING expande seu Generation Award para a joalheria, incentivando designers a transformar resíduos em criações sofisticadas. O objetivo é reconfigurar a relação entre luxo e matéria-prima, demonstrando que inovação e responsabilidade caminham juntas.
Sustentabilidade não é um movimento isolado, mas um fator determinante para o futuro da Atividade de Luxo. Marcas que integram responsabilidade, rastreabilidade e inovação em sua estratégia garantem relevância e valor perene em um setor em constante transformação.
No mercado de Luxo, comunicar nunca foi apenas sobre expor atributos de produto — é sobre construir significado. E marcas que compreendem o valor da narrativa como ativo estratégico não apenas encantam: elas criam pertencimento, consolidam identidade e cultivam longevidade.
O storytelling no Luxo vai além da campanha. Ele se revela no detalhe da execução, na escolha dos símbolos, no modo como a Marca ocupa o tempo e o espaço cultural. Mais que contar uma história, trata-se de fazer com que ela seja vivida, compartilhada e lembrada.
Narrativas que se sentem, não apenas se assistem
Em “We Will Always Have London”, a GUCCI entrega um exemplo potente de storytelling emocional. A campanha, fotografada por Nan Goldin e protagonizada por Debbie Harry, transcende a comunicação tradicional. É uma ode visual à origem de Guccio Gucci em Londres — um resgate histórico transformado em desejo contemporâneo.
A SAINT LAURENT também explora a potência da emoção. Em “Love Letters”, a Marca convida figuras como Rosé a interpretar cartas de amor reais. A palavra, o afeto e a memória transformam a campanha em um gesto cultural, um compartilhamento que ultrapassa o produto — é storysharing com estética refinada.
Já a colaboração entre GENTLE MONSTER e MAISON MARGIELA com “Jentle Salon” representa o ápice do storyliving. A narrativa não é apenas contada — ela é vivenciada pelo consumidor por meio de instalações interativas, ações digitais e uma presença estética contínua. O público participa da história, não apenas a observa.
Storytelling como visão de longo prazo
No Luxo, storytelling não se encerra com uma campanha. Ele sustenta a coerência entre discurso, propósito e futuro. É um instrumento de construção de legado — e, ao mesmo tempo, de ativação cultural.
Marcas que dominam esse campo não apenas se diferenciam no presente, mas criam vínculos emocionais duradouros, geram cultura e permanecem relevantes ao longo do tempo.
Porque no Luxo, mais do que comunicar, é preciso saber contar — e viver — a própria história.